terça-feira, 16 de agosto de 2011

ONU quer moeda global no lugar do dólar

  Unctad avalia que sistema atual de reserva internacional é um dos culpados pela crise econômica e pede reforma abrangente
  Estudo do órgão também mostra que, em proporção do PIB, Brasil gastou mais que os EUA e os demais países ricos em estímulo à economia
Dólar amassado - ONU quer moeda global para substituir dólar  A ONU defendeu a criação de uma nova moeda global para proteger os mercados emergentes do "jogo de confiança" da especulação financeira, em mais um dos golpes recentes contra o papel do dólar como divisa de reserva internacional.
  Para a Unctad (o braço das Nações Unidas para o comércio e o desenvolvimento), uma das hipóteses é a criação de uma espécie de banco central global (que também poderia ser o FMI, reformado), que emitiria uma moeda de reserva "artificial" -como o bancor, proposto por John Keynes, em Bretton Woods, em 1944.
  O bancor seria uma moeda internacional destinada a ajustar os desequilíbrios nos balanços de
pagamento dos países (que, no entanto, continuariam com suas próprias divisas).
  "Uma possibilidade é que os países concordem em trocar suas próprias moedas por uma nova, de modo que a moeda global seria lastreada por uma cesta de divisas de todos os membros", diz relatório da entidade, que considera o atual sistema de moeda de reserva (em que predomina o dólar) como um dos culpados da atual crise.
  Pela proposta, serão necessárias regras que determinem que os BCs mundiais intervenham no mercado de câmbio (para que suas moedas se valorizem ou fiquem mais baratas), dependendo do comportamento da economia global.
  A Unctad afirma ainda que, ao contrário de hoje, tanto países que têm grande deficit (como os Estados Unidos) como os que possuem enormes superavit (caso da China) terão que ajustar as suas contas, não ficando mais a responsabilidade apenas com os primeiros.
Segundo a entidade, o modelo atual tem um viés deflacionário, já que os países deficitários são obrigados a reduzir as suas compras no exterior quando não conseguem mais financiamento, enquanto os superavitários não têm o dever de aumentar as suas importações. A demanda menor, portanto, reduz o preço dos produtos.
Telegraph
Matéria enviada por Samuel Natanael 

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