quarta-feira, 22 de junho de 2011

Israel realiza maior exercício de guerra de sua História

  País prevê cenário com ataques vindos do Líbano, da Síria, do Irã e da faixa de Gaza
Jack Guez/AFP 
Soldados israelenses observam alvo destruído durante exercício militar em Kiryat Malakhi (sul), nesta quarta-feira (22)










  Israel realiza nesta quarta-feira o exercício de guerra mais abrangente já feito no país, prevendo um cenário em que grandes cidades seriam atacadas por mísseis disparados a partir de Líbano, Síria, Irã e Faixa de Gaza.
  Pela primeira vez na história das simulações de guerra do país - realizadas anualmente - membros do governo participam do treinamento, se abrigando em um bunker nuclear, recentemente construído na região de Jerusalém.
  De acordo com o jornal Yediot Ahronot, o bunker se encontra em um lugar secreto, escavado embaixo de montanhas próximas de Jerusalém, e foi construído de forma a ser "imune" a ataques de
mísseis e de armamentos não convencionais, inclusive nucleares.
   O novo bunker também conta com meios de comunicação considerados como os mais avançados do mundo.
   Neste exercício, pela primeira vez as autoridades utilizariam redes de telefonia celular para alertar os habitantes do país a entrar em abrigos antiaéreos, com o soar das sirenes.
   O treinamento inclui o soar de duas sirenes de alarme, uma às 11h e outra às 19h (horário local), que seriam ouvidas em todas as regiões do país.
   De acordo com o vice-ministro da Defesa de Israel, Matan Vilnay, o objetivo é treinar a população a correr para os abrigos, tanto em locais de trabalho como em residências.
   Para Vilnay, o exercício realizado em Israel "é o maior treinamento desse tipo no mundo inteiro".
  "Na próxima guerra o setor civil se tornará uma frente de batalha em todos os aspectos", afirmou o ministro, acrescentando que o objetivo principal do exercício é aperfeiçoar a coordenação entre órgãos públicos civis e militares.

Mísseis químicos

   Entre os cenários considerados estão a eventualidade de ataques com mísseis químicos contra cidades israelenses, a explosão de aviões de caça em áreas residenciais e a necessidade de evacuar rapidamente milhares de civis de áreas ameaçadas.
   Em caso de ataques químicos, piscinas públicas serão utilizadas para atender pessoas contaminadas por substâncias tóxicas.
   A reportagem da BBC Brasil esteve na rua Allenby, uma das principais de Tel Aviv, quando a sirene das 11h soou.
   Apesar do chamado, a maioria das pessoas continuou a andar normalmente, e donos das lojas não correram para abrigos antiaéreos.
   A maioria afirmou que nem sabia para onde deveria correr se houvesse um perigo real.
   Nos centros das grandes cidades de Israel, as construções são antigas e os prédios não possuem abrigos antiaéreos.
   Indagado sobre a reação das pessoas que não correram para os abrigos, o ministro Vilnay respondeu que "o mais importante é lembrar as pessoas da possibilidade de um ataque maciço contra Israel e estimulá-las a pensar em quais lugares se abrigariam no caso de um alarme verdadeiro".
   De acordo com as avaliações dos serviços de Inteligência de Israel, o grupo xiita libanês Hezbollah, assim como Síria e Irã, têm milhares de mísseis prontos para lançar contra as cidades israelenses.
   O Hamas, que controla a Faixa de Gaza, também teria centenas de mísseis com o alcance de cerca de 60 quilômetros, que poderiam atingir as cidades do sul e do centro de Israel.

R7 / BBC BRASIL

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